12.12.06

Ah, temporal...

Em Belém, não é surpresa chover. Ainda mais à tarde. Todo mundo está vacinado para as atividades antes e depois da chuva. Mas um temporal como o desta segunda-feira (11/12) surpreende a todos. Não é aquela nossa chuva sagrada que ameniza o calor e mote turístico, bradado a todos que não vivem aqui.
Muitas vezes já me deparei com pessoas de outras cidades (inclusive nas outras cidades) perguntando se era verdade que em Belém chovia toda tarde. Eu nem tento polemizar muito, pra não parecer discurso panfletário de agência de turismo: “Fim de ano em Belém com chuvas de água e de mangas a preço promocional”.
O trânsito já caótico de uma cidade sem muitas alternativas viárias, resultado de um povoamento que, de forma alguma, previu o crescimento urbano desenfreado ocorrido desde os tempos ditos áureos da borracha. Belém é limitada a norte, oeste e sul por rios e pela Baía do Guajará. Ilhada seria se não fosse o município de Ananindeua, o único limítrofe à capital por vias terrestres.
Com uma tradição portuária de séculos, a economia da cidade ainda tem nos meios fluviais um forte pilar de sustentação. Pesca, comércio, indústria naval, transportes, turismo (...) são alguns exemplos de atividades ligadas ao devido aproveitamento do que é natural de cá.
Belém é, ainda, em seu subsolo, rica em mananciais. Os perfuradores de poços nem chegam a ter muito trabalho quanto em outras regiões de solo mais árido. É... a água que cerca a cidade também está por baixo do chão em que pisamos. Chão este devidamente acostumado a absorver as já recorrentes águas pluviais. Conclusão: Belém só não afunda porque flutua em seus lençóis freáticos. Se não fosse Ananindeua a nos segurar, estaríamos à deriva.

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